Os consumidores on-line europeus «são unânimes em afirmar que a Internet lhes facilita a vida e que o comércio electrónico favorece o consumo». A conclusão é de «O Observador 2008», um estudo efectuado pela Cetelem sobre os hábitos de consumo na Europa.
O trabalho refere que, apesar de existirem ainda obstáculos ao pleno desenvolvimento das compras na Internet, estes deverão ser «resolvidos a curto prazo», muito devido ao «crescente acesso das pessoas a este meio». «O Observador» prevê que, até 2010, mais de 50 por cento dos europeus tenham acesso à Internet e que, até 2015, o comércio electrónico venha a representar um quarto do comércio total.
De acordo com este estudo, verifica-se uma explosão das vendas on-line nos mercados de consumo europeus, com taxas de crescimento correspondentes a dois algarismos. Face a esta realidade, é perceptível que 70% do volume de negócios das vendas on-line europeias «está concentrado no Reino Unido, na Alemanha, em França e na Bélgica», diz a Cetelem.
Por seu turno, Portugal apresenta uma taxa de cibercompradores «das mais baixas dos países em análise», sendo que apenas a Rússia detém um valor inferior. Tal como acontece em todos os países, o perfil do cibercomprador português «apresenta uma dominante masculina», com a grande fatia dos compradores on-line portugueses a terem menos de 35 anos.
Por seu lado, é indiscutível que a procura de informação faz parte do processo da compra on-line sendo que, no conjunto de todos os produtos, 17% da população total e 46% dos cibercompradores europeus informam-se na Internet antes de comprar. Esta situação verifica-se, sobretudo, nos produtos mais adquiridos on-line (como viagens/lazer, produtos culturais e electrodomésticos) mas também em produtos pouco comprados na Internet. Neste último caso, o estudo apresenta como exemplo o automóvel: a grande maioria das aquisições de veículos novos faz-se nos concessionários e, no entanto, 49% dos cibercompradores europeus informam-se na Internet antes de realizarem a compra.
No que diz respeito à realidade nacional, «O Observador» dá conta que esta não está muito longe da europeia. Ainda assim, são apontadas pequenas diferenças, como o facto de os produtos financeiros serem «menos pesquisados do que artigos de desporto e mobiliário, ao contrário do que se passa na maioria dos países em análise». Esta constatação observa-se também em Espanha, França, e Itália, que privilegiam outros itens aos produtos financeiros, em termos de pesquisa.
Para a quase totalidade dos produtos, as compras na Internet progrediram relativamente ao ano anterior, destacando-se um conjunto que lidera na maioria dos países europeus: viagens/lazer, produtos culturais, electrodomésticos e TV/Hi-Fi/vídeo.
Já no que diz respeito ao consumo de uma maneira geral e através das suas diferentes formas versus a poupança, o estudo da Cetelem indica que, no ano anterior, as famílias belgas e britânicas foram as que apresentaram «os níveis de propensão para o consumo mais elevados».
Ao longo de 2007, as intenções de consumo por produto dos portugueses «aumentaram apenas nos telemóveis», diz o mesmo trabalho. Em 2008, «a vontade de compra de telemóveis também cresce, mas de forma mais ténue». No entanto, aumentam as intenções dos portugueses de comprar electrodomésticos, equipamento para bricolagem/jardinagem, computadores pessoais e motos/scooters.